O Brasil ganhará uma nova cédula após 18 anos. A nota de R$ 200 foi anunciada pelo Banco Central no último dia 29 de julho e passará a circular até o fim de agosto. O lançamento da nota foi aprovado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e terá como mascote o lobo-guará, espécie da fauna brasileira ameaçada de extinção. Por que teremos a nota de R$ 200? O principal motivo para a criação da nova cédula, segundo o Banco Central, foi um fenômeno que tem ocorrido não somente no Brasil, mas em diversos países afetados pelo novo coronavírus: o entesouramento, que é o aumento de pessoas guardando dinheiro físico em casa. Diante do atual cenário de incertezas, muitas pessoas ficam com medo de gastar ou de deixar o dinheiro no banco ou em instituições financeiras. Como consequência, a demanda por papel moeda estava subindo muito, e o BC já vinha aumentando a emissão de M1, agregado monetário do papel moeda. A saída, então, foi criar uma nova cédula. A nota de R$ 200 surge como uma prevenção Na live de lançamento da nota, Carolina de Assis Barros (diretora de administração do Banco Central), pontuou que a nova cédula tem como finalidade reduzir os custos de logística e distribuição pelo país, além de reduzir custos de produção no pagamento do auxílio emergencial de R$ 600. Além disso, é um movimento de prevenção em relação a uma possível longa duração do entesouramento. Volta de hiperinflação é irreal Geralmente, em períodos de alta inflação, o dinheiro tende a perder valor rapidamente e notas de maiores valores são lançadas. Na década de 1990, por exemplo, chegamos a ter uma nota de R$ 500 mil cruzeiros, com o rosto de Mário de Andrade estampado. Esse temor se espalhou pelas redes sociais com o anúncio da nota de R$ 200. Porém, segundo Fábio Terra, pesquisador em política monetária e professor de Economia na Universidade Federal do ABC (UFABC), não se trata de uma questão inflacionária, visto que o Brasil se encontra em um processo de deflação. “Isso é absolutamente irrealista, porque a gente está entrando na verdade em um processo deflacionário em função da atividade econômica profundamente recessiva”, explicou Terra ao site Brasil de Fato no último dia 31 de julho. |