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capacidade do Brasil em continuar crescendo no próximo ano é uma dúvida presente em todo o mercado. (Se você é assinante, veja análise da revista EXAME sobre investimentos.) Mas dados de diversas fontes indicam que as empresas fizeram a sua parte, neste ano, para assegurar o avanço econômico nos próximos meses. "Os investimentos produtivos se comportaram de modo muito positivo nesse ano. Sua magnitude foi uma grande surpresa", afirma Paulo Levy, diretor de estudos macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao Ministério do Planejamento.
Segundo Levy, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) acumula um crescimento de 11,8% de janeiro a setembro, em relação a igual período do ano passado. Outro sinal de que os empresários estão apostando na expansão dos negócios é a aceleração do ritmo de investimentos (veja tabela abaixo). Na comparação com iguais períodos do ano passado, o primeiro trimestre deste ano encerrou com um incremento de 1,8% da FBCF. No segundo trimestre, a taxa subiu para 13,4% e, no terceiro, marcou 20,1%. "Os empresários estão confiantes na política econômica e isso é um estímulo para os desembolsos produtivos", afirma Levy.
A pesquisa de produção industrial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também aponta para um certo otimismo do empresariado. Os dados mostram que, até outubro, os bens de capital registraram crescimento acumulado de 21,8% sobre igual período do ano passado. Isso indica que as fábricas estão investindo no aumento de sua capacidade produtiva.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também sentiu uma maior necessidade por empréstimos para a produção. No acumulado até novembro, a instituição desembolsou 33,4 bilhões de reais, cifra 19% maior que a do mesmo período de 2003. Já os enquadramentos (pedidos com documentação em ordem à espera de aprovação) subiram 90%, para 67,4 bilhões. As cartas-consultas (manifestações de interesse das empresas por crédito) avançaram 129%, para 89,9 bilhões de reais.
Exportações e agronegócio
As exportações e o agronegócio foram os primeiros setores a fomentar os investimentos. Segundo o Ipea, desde o terceiro trimestre do ano passado, esses segmentos puxam os desembolsos das empresas.
O saldo comercial recorde que o Brasil deve registrar neste ano (cerca de 32 bilhões de dólares, segundo o Ministério do Desenvolvimento) atesta a consolidação de uma cultura exportadora nas empresas brasileiras que, até um passado recente, buscavam os clientes estrangeiros apenas em momentos de depressão interna. "Nossas empresas estão mais maduras e competitivas no mercado internacional, o que implica o aumento da capacidade produtiva para incorporar as novas demandas", diz Levy.
Quanto ao agronegócio, os dados do BNDES são um exemplo da aceleração dos projetos. O programa Finame Agrícola, que financia a aquisição de máquinas e equipamentos para o setor, elevou em 54% seus desembolsos até novembro, na comparação com igual período do ano passado.
Demais setores
O BNDES também registrou um incremento de 80% nos desembolsos para projetos de infra-estrutura até o mês passado. O setor foi puxado pelas telecomunicações, que obtiveram liberações de 1,5 bilhão de reais do banco. Os empreendimentos de geração de energia elétrica foram outro destaque, recebendo 4,3 bilhões no período.
Houve ainda incremento do crédito liberado para as micro, pequenas e médias empresas. Tradicionalmente ligadas ao mercado interno, essas companhias receberam 11,4 bilhões de reais do banco, cifra 27% maior que a do ano passado.
Expectativas para 2005
O cálculo da FBCF envolve os investimentos em construção e na aquisição de maquinário. Os investimento |
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