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30/12/2004 |
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Genéricos acirram concorrência dos laboratórios |
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Disputa por patentes estimula "capitalismo selvagem" de fabricantes |
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Nos países ocidentais, essas cópias vêm conquistando regularmente novas partes de mercado. Um dos efeitos discutíveis dessa banalização é a concorrência cada vez maior entre os laboratórios que fabricam genéricos. As suas margens de lucro, por outro lado, diminuem. Diante disso, muitos dentre eles optaram por lançar novos produtos patenteados.
As primeiras escaramuças contra as patentes do Lipitor, um remédio anticolesterol que é o carro-chefe do laboratório farmacêutico americano Pfizer, no seu principal mercado, os Estados Unidos, aconteceram no final de novembro.
Um fabricante de medicamentos genéricos, o indiano Ranbaxy entrou com recurso perante um tribunal do Estado do Delaware (costa leste dos EUA), pedindo-lhe para anular a proteção jurídica que confere à Pfizer um monopólio até o ano de 2009 sobre este remédio.
Caso o juiz der razão à Ranbaxy, o líder mundial da produção deste remédio perderia de uma vez só o quinto do seu faturamento de 2003. De fato, as vendas do Lipitor permitiram à Pfizer obter um lucro bruto de US$ 9,2 bilhões (R$ 24,22 bilhões), para um faturamento total de US$ 45 bilhões (R$ 121,1 bilhões).
Todos os especialistas concordam com a seguinte análise: o "efeito genérico" só está começando. Segundo a Associação dos fabricantes de remédios genéricos europeus (European Generic Medicine Association), 35% dos medicamentos entre os mais vendidos na Europa terão em breve as suas patentes vencidas, o que fará com que eles se tornem de domínio público.
Segundo o instituto de pesquisas norte-americano Datamonitor, entre 2005 e 2010, esta evolução poderia se traduzir por uma perda total de faturamento de cerca de US$ 100 bilhões (R$ 269,12 bilhões), ou seja, 79% do faturamento que foi obtido em 2003 pelos laboratórios farmacêuticos.
Enquanto as vendas de remédios de marca deverão progredir em cerca de 10% no decorrer dos cinco próximos anos, segundo a IMS Health, uma sociedade de pesquisas especializada no campo da saúde, as de genéricos deverão aumentar de 20% por ano. Com isso, elas poderiam alcançar a cifra de US$ 80 bilhões (R$ 215,29 bilhões) daqui até 2008, contra US$ 35 bilhões (R$ 94,19 bilhões) atualmente.
Graham Lewis, o vice-presidente da IMS, considerou, em julho deste ano, no congresso internacional dos fabricantes de genéricos, que "se forem somados os sete principais mercados mundiais --Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Espanha e Reino-Unido--, o faturamento das empresas fabricantes de genéricos deverá representar US$ 60 bilhões [R$ 161,47 bilhões] daqui até 2008".
Após ter ficado limitado por muito tempo aos Estados Unidos e à Grã-Bretanha, o mercado dos genéricos vem se ampliando para alcançar todos os países do planeta. Nos países ocidentais, o desenvolvimento desses produtos, que são mais em conta do que os originais, permite aos governos consolidarem as suas políticas de redução dos custos dos seguros de saúde. Assim, na França, uma modificação do quadro jurídico autorizou os farmacêuticos, em 1999, a substituírem produtos de marca por medicamentos genéricos.
Nos países em desenvolvimento, o acesso aos remédios genéricos é sinônimo de acesso aos tratamentos para uma parte importante da população. Como isso, vários países fortemente povoados tais como a Índia, o Brasil, a África do Sul ou a China andaram favorecendo o surgimento de uma indústria do medicamento copiado.
Valendo-se de uma mão-de-obra de baixo custo, essas novas empresas, aliás, longe de limitarem as suas atividades ao mercado local, praticam uma concorrência em muitos casos feroz em relação aos fabricantes de genéricos dos países desenvolvidos, e principalmente os europeus.
Alianças possíveis
Enquanto o futuro do medicamento genérico não deixa dúvida nenhuma, a sobrevivência dos fabricantes, em contrapartida, apresenta vários problemas. Alguns grupos dominam atualmente um mercado muito fragmentado: a Teva, que é um |
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Fonte: Le Monde - Yves Mamou |
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