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18/02/2005 |
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O sucesso do design japonês |
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A China e a Coréia produzem mais barato. Mas o Japão se destaca em outra área: a do acabamento |
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Duel Masters: 60% de todos os desenhos animados são japoneses | Por Katia Hochman
EXAME De videogames a desenhos animados. De telefones celulares a carros. A influência do design japonês vem aumentando consideravelmente no mundo dos negócios. Uma pesquisa recente do Instituto Marubeni mostrou que as exportações culturais do país (filmes, livros, músicas e outros itens) triplicaram num período de dez anos. Aumentaram de 5 bilhões para 15 bilhões de dólares. O lado mais visível desse salto são os desenhos animados. Estima-se que 60% de todos os cartuns vistos na televisão sejam de origem japonesa. Muitos, como Pokémon, Cavaleiros do Zodíaco ou Digimon, são conhecidíssimos das crianças brasileiras. Outros, como Duel Masters, da foto que ilustra esta página, viraram febre nos Estados Unidos. Mas não é só nesse nicho que o Japão anda ditando os padrões estéticos. A influência de artistas e produtos japoneses se faz sentir nas mais variadas indústrias. Na moda, o artista plástico Takashi Murakami virou sensação. Designer da Louis Vuitton, Murakami é o autor de uma linha de bolsas que rende hoje para a empresa francesa cerca de 300 milhões de dólares por ano. Outra estrela da companhia japonesa é o designer de automóveis Ken Okuyama. Ele é o diretor criativo do Pininfarina, estúdio italiano responsável pela criação das Ferrari Enzo e 575.
Por que um país passa a produzir tantas coisas consideradas de bom gosto? Por que suas empresas acertam exatamente a preferência dos consumidores e, por isso, são copiadas? Não existe uma explicação simples para responder a essa pergunta. No caso do Japão, alguns estudiosos acham que a concorrência com a China e com a Coréia foi a maior responsável por esse fenômeno. Como os dois países competidores ofereciam uma produção mais barata, a solução para o Japão foi agregar valor ao que eles produziam. Ou seja: diferenciar-se pela forma. Outra explicação, esta mais específica para o mundo da animação, foi a própria crise econômica do país. Com a derrocada de algumas corporações e a estagnação do PIB japonês, milhares de funcionários foram demitidos. No caso da indústria de desenhos, boa parte dessa mão-de-obra qualificada e sem perspectiva partiu para uma empreitada de risco: fundar o próprio estúdio. Existem hoje no Japão quase 500 estúdios independentes. São pequenas empresas que, sem as responsabilidades das grandes companhias, hesitam menos na criatividade e inovação.
Designers japoneses e seus produtos vêm se destacando em vários países -- se jam eles França, Itália ou Alemanha. Mas não há dúvida de que essa valorização é mais intensa nos Estados Unidos. Os americanos (especialmente a juventude) têm consumido com voracidade tudo o que vem do Japão: gibis, games, celulares ou carros. É curioso, porque no passado recente o Japão era visto como um grande rival comercial. Tão grande que automóveis japoneses chegaram a ser apedrejados nas ruas dos Estados Unidos com a desculpa de que haviam roubado o emprego de americanos. Essa rixa faz parte do passado. A resistência americana aos produtos japoneses foi redirecionada para a China -- considerada por muitos o rival a ser batido. Hoje, o comércio com os Estados Unidos já representa 22% das exportações japonesas e mantém um excelente ritmo de crescimento. Nos últimos seis meses de 2004, as vendas do Japão para o mercado norte-americano somaram 81,8 bilhões de dólares -- um aumento de 9,9% em r |
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Fonte: Katia Hochman - EXAME |
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