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31/05/2005 |
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Cientistas afirmam ter descoberto a parte do cérebro responsável pelo amor |
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Paixão apresenta uma dinâmica semelhante à da fome e da sede
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O novo amor pode parecer para todo o mundo como uma doença mental, uma mistura
de mania, demência e obsessão que afasta as pessoas de amigos, parentes e leva a
um comportamento incomum - telefonemas compulsivos, serenatas, gritar dos
telhados - que poderia quase ser confundido com psicose.
Agora, pela
primeira vez, os neurocientistas produziram imagens do cérebro desta atividade
febril, antes de ela se estabelecer na fase vinho e rosas do romance ou da
rotina conjunta dos cartões de festas assinados por ambos do compromisso de
longo prazo. Em uma análise das imagens que aparece na revista "The Journal of
Neurophysiology", pesquisadores de Nova York e Nova Jersey argumentam que o amor
romântico é um impulso biológico distinto do excitação sexual. Ele está mais
próximo em seu perfil neural a impulsos como fome, sede ou anseio por drogas, do
que a estados emocionais como excitação ou afeição. À medida que o
relacionamento se aprofunda, sugerem os escaneamentos do cérebro, a atividade
neural associada ao amor romântico sofre leve alteração, e em alguns casos
estimula áreas profundas do cérebro primitivo que estão envolvidas no
compromisso de longo prazo.
A pesquisa ajuda a explicar o motivo de o
amor produzir emoções tão díspares, de euforia e raiva até ansiedade, e o motivo
de parecer se tornar ainda mais intenso quando se é privado dele. Em uma
experiência separada, em andamento, os pesquisadores estão analisando imagens do
cérebro de pessoas que foram rejeitadas pela pessoa amada. "Quando você sofre
deste amor romântico ele é esmagador, você fica fora de controle, irracional,
você vai à academia às 6h todo dia - por quê? Porque ela está lá", disse a dra.
Helen Fisher, uma antropóloga da Universidade Rutgers e co-autora da
análise.
"E quando rejeitadas, algumas pessoas contemplam perseguição,
homicídio, suicídio. Este impulso por amor romântico pode ser mais forte do que
a vontade de viver. "A tecnologia de imagens do cérebro não pode ler a mente das
pessoas, alertam os especialistas, e um fenômeno com tantos aspectos e
influências sociais como o amor transcende simples gráficos de computador, como
os produzidos pela técnica empregada no estudo, chamada de Imagem por
Ressonância Magnética (IRM) funcional. Ainda assim, o dr. Hans Breiter, diretor
da Colaboração de Neurociência da Motivação e Emoção do Hospital Geral de
Massachusetts, disse: "Eu desconfio de 95% da literatura de IRM, mas daria um
’A’ para este estudo; ele realmente promove um avanço em termos da compreensão
do amor passional". Ele acrescentou: "Os resultados se enquadram muito bem
dentro de um corpo maior e crescente de literatura que descreve o sistema de
recompensa e aversão no cérebro, e coloca esta construção intelectual do amor
diretamente no mesmo eixo das recompensas homeostáticas como comida, calor,
anseio por drogas". No estudo, Fisher, a dra. Lucy Brown da Faculdade Albert
Einstein de Medicina, no Bronx, e o dr. Arthur Aron, um psicólogo da
Universidade Estadual de Nova York em Stony Brook, lideraram uma equipe que
analisou cerca de 2.500 imagens do cérebro de 17 estudantes universitários que
estavam nas primeiras semanas ou meses de um novo amor.
Os estudantes
olhavam para uma foto da pessoa amada enquanto um aparelho de IRM escaneava o
cérebro deles. Os pesquisadores então compararam as imagens com outras obtidas
enquanto os estudantes olhavam para uma foto de um conhecido.
A
tecnologia de IRM funcional detecta o aumento ou diminuição do fluxo de sangue
no cérebro, o que reflete mudanças na atividade neural.
No estudo, um
mapa gerado por computador das áreas particularmente ativas mostrou pontos
acesos nas profundezas do cérebro, abaixo da consciência, em áreas chamadas de
núcleo caudado e área ventral tegumentar, que se comunicam uma com a outra como
parte de um circuito.
Estas áreas possuem alta densidad |
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Fonte: The New York Times - Benedict Carey - Tradução: George El Khouri Andolfato |
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