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O perigo é que a tecnologia caia nas mãos erradas |
No centro da cidade de Hiroshima, no Parque da Paz, encontra-se a Chama da Paz, que só será apagada quando o mundo se vir livre de toda e qualquer arma nuclear. Mas, considerando a situação política global, ela ainda continuará acesa por muito tempo.
As potências nucleares não demonstram o interesse de se desfazerem totalmente de seus arsenais, como se verificou na revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), em maio, e outros países aparentemente teriam interesse em ter seus próprios estoques.
Embora não seja o contexto de uma guerra mundial ou de uma Guerra Fria, ainda existe a ameaça de que se repita uma nova catástrofe como a de Hiroshima, na avaliação de especialistas da área.
"Apenas os atores são diferentes", diz um diplomata brasileiro envolvido na área de não-proliferação nuclear.
"A preocupação não é com Estados Unidos, Rússia ou China. Esse risco está aparentemente afastado. O risco é de um erro operacional, como um acidente em que uma bomba seja disparada por acaso. Cresce também a preocupação da comunidade internacional com outros atores que tenham acesso a armas nucleares, sejam países ou atores não-estatais, como terroristas."
O perigo é que a tecnologia ou a própria bomba "caiam nas mãos erradas", resume o embaixador Antônio Guerreiro, diretor-geral do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty.
Mercado negro
Se de um lado países ou militantes extremistas buscam tecnologia ou armas nucleares, de outro existe um movimentado mercado negro de informações e produtos.
Um dos casos mais recentes foi o cientista paquistanês Abdul Qadeer Khan, que confessou a venda ilegal de tecnologia para Líbia, Irã e Coréia do Norte – países que estão na mira da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Em 2001, a polícia russa prendeu três homens tentando vender a compradores da Turquia 1,7 quilo de urânio-235 – material usado para construir uma bomba atômica.
A chance de que uma bomba atômica "caia nas mãos erradas", no entanto, diminui à medida que essas próprias bombas são eliminadas. O estoque de armas nucleares é, atualmente, bem menor do que no passado.
Na época da Guerra Fria, Estados Unidos e Rússia tinham, respectivamente, cerca de 32 mil e 45 mil mísseis. Hoje não passaria de em torno de 10 mil e 16 mil.
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O que nós temos que fazer é assegurar que essas tecnologias não sejam utilizadas na fabricação de armas nucleares
Embaixador Antônio Guerreiro |
Os países trabalham inclusive na reciclagem desse ma |