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09/09/2005 |
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Cometa Tempel 1 tem material preservado há 4,5 bilhões de anos |
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O cometa Tempel 1, contra o qual a sonda Deep Impact (Impacto Profundo) se chocou em 4 de julho passado, para o exame do astro, preservou em seu interior material original procedente de sua formação há 4,5 bilhões de anos.
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O cometa Tempel 1, contra o qual a sonda Deep Impact (Impacto Profundo) se chocou em 4 de julho passado, para o exame do astro, preservou em seu interior material original procedente de sua formação há 4,5 bilhões de anos.
Esta é uma das principais conclusões do especial dedicado à missão, publicada pela revista Science. A edição desta sexta tem dois artigos que contaram com a participação de uma equipe espanhola liderada pela pesquisadora Luisa María Lara, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia.
Em declarações à EFE, Lara disse que, devido ao rápido processo de esfriamento que acontece no cometa, descobriu-se que o calor não penetra em suas camadas internas. Por isso, o Tempel 1 conserva intacto material procedente de sua formação, há 4,5 bilhões de anos.
Além disso, a missão fez pela primeira vez imagens de crateras reais de um cometa, provocados pelo impacto de meteoritos, e também de áreas planas elevadas.
Segundo Lara, os cientistas ainda precisam descobrir como um cometa de estrutura "muito porosa" e "praticamente vazio" conseguiu desenvolver esta atividade geológica própria de camadas duras.
Também foram descobertos argila e material orgânico, com moléculas de carbono, nitrogênio e hidrogênio, na composição da poeira do cometa, materiais que precisam de água para a formação.
Este amálgama na composição de materiais do núcleo do cometa faz os cientistas pensarem que o corpo celeste ficou algum tempo próximo a lugares onde existiria água líquida, e que depois foi para locais mais distantes do Sol, onde incorporou gelo.
A equipe espanhola colaborou na missão com o estudo das imagens enviadas pela sonda Rosetta, da ESA (Agência Européia Espacial), e da campanha de observações via telescópios terrestres.
Com as fotos tiradas por Rosetta, a equipe espanhola observou que, nos primeiros 200 segundos depois do impacto, os grãos de poeira expulsos pelo cometa sofreram um processo de fragmentação, tornando-se ainda menores.
Segundo Lara, na explosão houve a dispersão de grande quantidade de grãos de poeira pequenos, "muito parecidos com pó de talco". No entanto, dados da câmera Osiris mostram uma distribuição de grãos muito larga.
Osiris apontou em direção ao cometa Tempel 1 entre 29 de junho e 15 de julho, e enviou imagens "de grande valor" a uma distância de 80 milhões de quilômetros e com uma resolução de 1.500 quilômetros por pixel.
Além disso, graças às 110 noites de observações, a equipe espanhola conseguiu identificar aumentos de fator de 1,5 a 5 na produção de gás, e de fator 2 na produção de poeira após o impacto.
É a primeira vez na história da ciência que se conhece com detalhes o mapa de temperaturas da superfície de um cometa, o que indica de que forma o gelo e a poeira estão misturados em nível superficial, disse a pesquisadora.
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Fonte: da EFE, em Madri |
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