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Muita gente que trabalha na área de TI quer colocar as mãos em um beta do Windows Vista. Eu entendo isso – eu mesmo gostaria de dar mais do que uma breve olhada nele. É bom saber o que vai estar sendo usado por um bom número de clientes meus e como eu posso direcionar meus produtos para que eles funcionem melhor com ele do que funcionam hoje com o Windows XP ou o Windows 2000, ou com o 98 (que, por incrível que possa parecer, muitos usam).
Isso sem contar com todo o hype que a imprensa especializada está fazendo, com longas matérias, cheias de imagens e promessas sobre um sistema operacional que um dia ainda ficará pronto.
Mas este mês vai estar disponível uma coisa diferente. Ubuntu?
Eu acabo de baixar e instalar um preview do Ubuntu Linux 5.10. A palavra "Ubuntu" quer dizer (segundo o site deles) algo como “ser legal um com o outro”. O Ubuntu Linux de que eu estou falando é, provavelmente, o sistema operacional baseado em Linux mais palatável para usuários "normais" que existe. 5.10 é porque ele deve estar pronto em outubro (10) de 2005 (5). A nomenclatura pode parecer confusa a princípio, mas, para quem já passou por designações como 3.0, 3.1, 3.11, NT, 95, 98, Me, 2000, XP, 2003 e, agora, Vista, essa nomenclatura é um caminhão de bom-senso. A atual versão oficial é o 5.04.
Eu me converti completamente ao Ubuntu fazem mais ou menos uns três meses. Eu já havia abandonado o Windows em muitas funções, mas meu computador de trabalho principal ainda era uma máquina Windows. Hoje meu uso do Windows se limita a testar coisas no Internet Explorer (aquele browser esquisito que não respeita padrões, mas que todos usam porque veio de graça com o Windows, que, por sua vez, todos usam porque veio de graça com o micro) e ao desenvolvimento de um projeto para um cliente que pede especificamente por C# e Visual Studio 2005 (que, não me entendam mal, é um excelente ambiente de desenvolvimento, mas desde que você desenvolva apenas para Windows).
Quanto ao Ubuntu, e porque eu acho que você deveria experimentá-lo, é simples. Ele é novo, é bonito, é maduro, é bem fácil de instalar, é bem fácil de usar e, mais do que isso, não é um beta de um produto que só fica pronto no ano que vem.
Vamos fazer uma digressão rápida sobre a anatomia de um Linux moderno. Sistemas operacionais 101
Para um usuário de Windows (ou MacOS), sistema operacional é tudo aquilo que vem no CD (ou DVD) de instalação. Seguindo esse raciocínio, joguinhos como "Campo Minado" e "Paciência" são parte do sistema operacional. O jeitão das janelas, idem, os ícones e as fontes, também. Media Player? Também. Internet Explorer? A Microsoft recomenda não tentar desinstalá-lo porque coisas ruins podem acontecer. Tirar o IE do Windows é como tirar um rim de você. Você pode continuar vivo, mas não vai achar divertido.
Usuários Linux (e outros sabores de Unix) costumam saber mais. Sistema operacional é o que você precisa para fazer o computador funcionar. No nível mais básico, você precisa do kernel (o que está rodando no meu computador chama-se Linux e é daí que vem o sobrenome do Ubuntu Linux).
O kernel é mais ou menos tudo o que você precisa para rodar um programinha simples para, por exemplo, mostrar as horas ou um que me deixa escolher um outro programa para ser executado. Se você tem alguma dúvida e acha que o Linux é desenvolvido de um jeito caótico demais, ou por ele ser aberto e normalmente gratuito, fique tranqüilo: vários dos computadores mais sérios do planeta rodam Linux. Se alguém confia muitos milhões de dólares em computador a ele, você pode fazer o mesmo com seu PC.
Por cima do kernel (ou em volta dele) temos outros programas que fazem parte de um pacote chamado de GNU (daí a designação GNU/Linux) e um monte de bibliotecas (que permitem a o |
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