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04/02/2006 |
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Crescem vagas para trabalhador acima dos 40 |
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Em 2005, eles aumentaram sua participação no total de pessoas ocupadas em São Paulo, mostra levantamento do Dieese. A taxa de desemprego caiu 9,6% no ano passado. Mas, para as faixas etárias superiores a 40 anos, a queda foi maior.
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Dois anos consecutivos de crescimento trouxeram de volta ao mercado de trabalho profissionais com idade superior aos 40 anos. Em 2005, eles aumentaram sua participação no total de pessoas ocupadas em São Paulo, mostra levantamento do Dieese. A taxa de desemprego caiu 9,6% no ano passado. Mas, para as faixas etárias superiores a 40 anos, a queda foi maior.
A pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-Econômicos) mostra que, no caso de trabalhadores de 40 a 49 anos, a queda da taxa de desemprego, de 9,8%, foi ligeiramente maior do que a média. Para esse contingente, a taxa de desemprego caiu de 12,2% em 2004 para 11% no ano passado. Já entre os trabalhadores que tem entre 50 e 59 anos, a taxa caiu 15,8%, enquanto para os com 60 anos ou mais a queda registrada foi de 23,7%.
Mais experiência
"Depois de um processo longo de enxugamento na década de 1990, as empresas chegaram ao final de um período recessivo com capacidade ociosa e quadros muito enxutos. Agora elas estão tentando recuperar o que nós podemos chamar de capacidade cognitiva desses trabalhadores, que têm experiência", diz Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.
Especialistas em recrutamento e seleção confirmam a avaliação do diretor do Dieese. Para ajustar-se ao período de crescimento, ainda que tímido, as empresas voltaram a procurar trabalhadores mais experientes, aptos a assumirem postos que, de outra maneira, exigiriam treinamento prévio para pessoas mais jovens.
A mudança do perfil produtivo da economia brasileira também contribui para a inserção maior desse grupo no mercado de trabalho. Com a desvalorização cambial em 1999 e a volta e inserção de vários setores ao mercado externo, uma série de atividades abandonadas ou que ficaram em banho-maria durante os anos 1990 foram retomadas com mais vigor, o que exigiu a busca, por parte das empresas, de trabalhadores já experientes.
"Existem várias posições específicas que exigem profissionais com experiência. Principalmente em áreas que estavam mais ou menos paradas e que foram retomadas", diz Ricardo Bevilacqua, diretor-geral da Case Consulting.
Bevilacqua cita, por exemplo, o setor ferroviário. Carente de investimentos durante um longo período, ele voltou a se expandir com investimentos de empresas privadas interessadas em escoar sua produção, caso das mineradoras, por exemplo. A solução, neste caso, foi chamar de volta ao mercado trabalhadores aposentados. "É uma atividade que ninguém conhecia, ninguém estudava. Tem que trazer profissionais mais experientes para treinar os mais novos", completa ele.
Maior participação
Com o crescimento do emprego nas faixas etárias mais altas, também cresceu a participação do grupo no total de ocupados. Crescimento aparentemente pequeno: o pessoal com mais de 40 anos representava 36,8% do total de ocupados em 2004 e passou a representar 37,6% em 2005.
Mas só aparentemente, alertam os técnicos no Dieese, que dizem que mudanças estruturais no contingente da força de trabalho ocorrem de forma gradual e que seria, portanto, muito anormal um salto brusco na participação de um grupo etário na população ocupada.
De qualquer forma, a expansão da população ocupada em cada grupo deixa claro o ganho de dinamismo para os maiores de 40 anos: 141 mil novas vagas foram preenchidas por trabalhadores desta faixa etária, enquanto 119 mil foram ocupadas por trabalhadores com até 39 anos. Uma expansão de 4,7% no primeiro caso e de 2,3% no caso dos trabalhadores mais jovens.
Setorialmente, foi a indústria o setor que relativamente aumentou mais a procura por esses profissionais. O aumento na ocupação para a faixa etária de mais de 40 anos no setor industrial foi de 11,6%, mais do que o dobro da média de todos os setores. Em termos absolutos, comércio e serviços contrataram até mais, já que os dois setores são responsáveis por quase dois terços das vagas de trabalh |
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Fonte: MARCELO BILLI da Folha de S.Paulo |
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