Muita oferta de trabalho e poucos profissionais qualificados. Esse é o atual quadro da internet. Pelo menos pelo ponto de vista de quem administra um site de empregos para profissonais de internet, o ClickJobs.
O ano começou com pressa. Percebe-se pelo número diário de anúncios que as empresas ou estão esperando algo muito bom acontecer este ano ou de fato o ano já começa extremamente agitado. Busca-se profissionais dos mais variados (programadores de todos as linguagens, designers, webwriters) em empresas de todos os portes (desde pequenas desenvolvedoras até grandes como Ogilvy e UOL) e em todo o Brasil (São Paulo e Rio principalmente, mas também Belo Horizonte, Curitiba e outras cidades).
É interessante observar (o que talvez explique a demanda reprimida) a mudança na descrição dos anúncios. Há um ou dois anos atrás os anúncios eram curtos, mais genéricos. Procurava-se webdesigners com ou sem experiência, com HTML “na unha”, com ou sem portfolio; programadores ASP e/ou PHP com domínio da ferramenta XPTO e ponto.
Hoje os anúncios descrevem quase que completamente o perfil de um profissional especializado.
Requisitos como, para um programador: “HTML, JavaScript, Tableless e Arquitetura da Informação”; ou para um webdesigner “Photoshop, Ilustrator, Flash, Dreamweaver, CSS, PHP, ASP, Javascript” podem parecer num primeiro momento loucura, mas não é. É o que se espera hoje de um profissional: especialização e conhecimento. E não é fácil encontrar!
Os salários não são maus (alguns chegam a R$ 3.000,00), as empresas são boas e as vagas extremamente sedutoras. O problema está em encontrar o profissional com as características buscadas.
Onde está o problema? As empresas buscam profissionais especializados demais? Veja bem, procuram profissionais não necessariamente experientes, mas com domínio em áreas de conhecimento diversas. O problema não está nos requisitos das empresas, faltam realmente bons profissionais no mercado.
Recentemente passei por essa experiência no estúdio da qual sou sócia. Anunciamos no ClickJobs e entrevistamos algumas pessoas. Quantas preenchiam totalmente nossa lista de requisitos? Nenhuma. Tivemos que optar por treinar pessoas, o que representa uma desaceleração num primeiro momento.
A saída muitas vezes é contratar profissionais menos especializados e investir em treinamento. E também diversificar a atuação do contratado, para que adquira o conhecimento desejado em todas as áreas afins, entenda o que está fazendo e para quem, e assim possa interagir com a equipe multidisciplinar.
Ao mesmo tempo vemos hoje (como nunca nas áreas ligadas ao desenvolvimento de sistemas interativos) uma imensa oferta de cursos dos mais variados, desde cursinhos de linguagens específicas até pós graduações lattus e strictus sensu.
Conhecimento não ocupa espaço e cursos fazem sempre muito bem a um profissional. No mínimo para trocar experiência entre alunos e professores, mas certamente para se aprender muita coisa.
Pelos estudantes que já passaram aqui pelo estúdio, vejo que muitos consideram suficientes a universidade, a experiência (muitas vezes como freela) e o talento para obter a vaga. Não são.
O profissional “pé-de-boi” (aquele que é um excelente executor de tarefas) ou o lunático (o criativo e só) estão em baixa.
A busca pelo conhecimento em si já é um indicativo para quem contrata. A passagem por um bom curso de especialização destaca aquele profissional de forma extremamente positiva para a empresa a qual se candidata. Ele leva para a empresa uma bagagem adquirida e vai alimentar a equipe com criatividade, idéias e reflexões novas, diferentes, e até divergentes, por que não?
Para quem está pensando em cursar alguma coisa este ano, seguem abaixo algumas recomendações pessoais de cursos (da minha área de atuação – design e IHC). [Webinsider]< |