O presidente dos Estados Unidos, George Bush, afirmou na sexta-feira (03/03) que medidas protecionistas não representam a solução para conter a perda de empregos no país em função da terceirização de serviços para outras nações, também conhecida como outsourcing offshore.
"Não tememos a competição", disse Bush a estudantes da Universidade de Hyderabad, na Índia. As pessoas perdem sim empregos como resultado da globalização, e é doloroso para aqueles que perdem seus trabalhos, mas o protecionismo não é o caminho para o governo norte-americano responder, disse Bush.
A globalização oferece ótimas oportunidades e os 300 milhões de cidadão de classe média da Índia representam um grande potencial para os agricultores, empresários e pequenas companhias dos Estados Unidos, acrescentou o presidente.
Um grande número de empresas de tecnologia - como Microsoft, Oracle, HP e IBM - instalaram unidades de desenvolvimento de software, suporte e terceirização de processos de negócios na Índia.
As exportações de software e serviços do Mercado indiano cresceram cerca de 32% e somaram 23,4 bilhões de dólares no ano fiscal que termina em 31 de março, segundo uma associação local, a National Association of Software and Service Companies (Nasscom).
O país deve atingir 60 bilhões de dólares em exportações de TI em 2010, prevê a associação. Cerca de 70% das exportações são destinadas aos Estados Unidos hoje.
Uma série de organizações de comércio dos Estados Unidos vem protestando contra a perda de empregos no país e este foi um ponte forte na campanha do concorrente de Bush à presidência nas últimas eleições de 2004, o senador democrata John Kerry.
A Aliança de Washington dos Trabalhadores de Tecnologia, de Seattle, por exemplo, é contra a terceirização para Índia e se opõe ao aumento de emissão de vistos H-1B, para trabalhadores indianos irem trabalhar nos Estados Unidos.
Durante uma conferência com a imprensa, na quinta-feira (03/02), na Índia, Bush disse que gostaria que mais vistos H-1B fossem emitodos para engenheiros, cientistas e físicos.
O limite anual hoje é de 65 mil vistos deste tipo, considerado insuficiente pela indústria indiana de terceirização. |