O protótipo do notebook de 100 dólares de Nicholas Negroponte já está sendo testado nos Estados Unidos.
A chegada da placa de circuitos – no início de maio, de Taiwan – que será o núcleo do laptop idealizado pela fundação One Laptop Per Child (OLPC), e que será usado por crianças de países emergentes no aprendizado, é um marco para o projeto.
O governo brasileiro vai receber as placas do laptop para testes até o final de maio, informou o assessor especial da presidência César Alvarez para o IDG Now!
Alvarez disse também que a Intel apresentou sua proposta concorrente de notebook educacional, cuja preço é estimado em 400 dólares.
No entanto, a agenda já está bastante atrasada e há uma série de obstáculos para que os equipamentos cheguem às mãos das crianças. O preço dos materiais é um deles.
O computador utilizará uma memória flash – que economiza energia – no lugar do disco rígido. Negroponte disse inicialmente que a memória seria de 1 GB, mas a capacidade já foi reduzida ao meio, por causa do custo.
Analistas alertaram que seria difícil chegar a um aparelho de 100 dólares com 1 GB de memória. “Acho que eles tinham razão”, disse Walter Bender, presidente de software e conteúdo da OLPC.
O projeto que mudou de nome para enfatizar o preço de 100 dólares disse que os primeiros modelos custarão cerca de 130 dólares e deve cair de preço em poucos anos, chegando a 80 dólares.
O protótipo traz ainda mudanças no poder de processamento, que era de 500 MHz, com o chip Geode, da AMD, e caiu para 400 MHz chip. Bender disse que foi mais fácil conseguir a quantidade necessária do processador de menor capacidade.
Mas possivelmente a principal mudança será a tela. A tela projetável será substituída por um LCD que muda do formato de alta resolução em branco e preto para baixa resolução em cor. Bender disse que a nova tela será “de arrasar, barata, supereficiente e linda”, mas seu desenvolvimento ainda precisa ser completado.
No ano passado, Negroponte disse que esperava 6 milhões de pedidos até o final do ano de diferentes governos – incluindo o do Brasil – mas nenhuma solicitação foi feita por enquanto.
Uma das razões é que a OLPC não vai aceitar encomendas até que o desenvolvimento do produto esteja completo, disse Bender. O protótipo roda uma versão do sistema operacional Fedora Linux, da Red Hat. “O que você está vendo está próximo do design final. Muito pouca coisa vai mudar nesta placa”, disse Bender. Ele espera finalizar o design no final deste ano e começara produção no primeiro trimestre de 2007. Há um ano atrás, Negroponte disse que a produção começaria em 2006.
Ainda assim, a chegada da placa – produzida pela Quanta – aos Estados Unidos marca um avanço no projeto. Esta mesma placa deve chegar ao Brasil para testes até o final do mês de maio, segundo César Alvarez, assessor especial da presidência da República.
Além da Quanta, a lista dos que apóiam o projeto inclui nomes como AMD, Brightstar, Google, News Corp., Nortel Networks e Red Hat. Na última semana, o Marvell Technology Group também entrou na lista. A empresa vai elaborar um chip Wi-Fi para o notebook. |