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18/07/2006 |
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China volta a surpreender e cresce 10,9% entre janeiro e junho |
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A economia chinesa voltou a superar todas as expectativas e cresceu no primeiro semestre 10,9%, pondo de novo em dúvida a eficácia das medidas do Governo para desacelerar o crescimento |
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Pequim, 18 jul (EFE).- A economia chinesa voltou a superar todas as expectativas e cresceu no primeiro semestre 10,9%, pondo de novo em dúvida a eficácia das medidas do Governo para desacelerar o crescimento.
O porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas, Zheng Jinping, anunciou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 9,14 trilhões de iuanes (US$ 1,14 trilhão), aumento provocado pelas exportações e pelo investimento em ativos fixos.
"No que diz respeito à atuação econômica de todo o ano, achamos que a situação geral é boa, embora o crescimento seja um pouco rápido", disse Zheng, que considera que o aumento se deve, em parte, ao impulso de investimentos dado pelos Governos locais no marco do novo Plano Qüinqüenal 2006-2011.
O bom desempenho da economia no primeiro semestre deve-se ao crescimento de 11,3% registrado no segundo trimestre, que é o mais alto da última década. No primeiro trimestre, o aumento foi de 10,3%.
Na primeira metade do ano, o investimento em ativos fixos aumentou 29,8% (31,3% em ativos urbanos), e a pressão da demanda na área de habitação levou a um aumento do setor imobiliário de 24,2%.
Quanto à indústria, a pesada cresceu 32,6%, com a mineração como um de seus principais motores - o setor cresceu 45,7%. A leve subiu 41,2%, com incrementos de 65,1 e 40,6% nos setores alimentício e têxtil, respectivamente.
Outro grande pilar do forte crescimento foi o aumento das exportações, segundo Zheng, que confirmou os dados anunciados há algumas semanas.
O superávit comercial do primeiro semestre ficou em US$ 61,5 bilhões, 55% a mais que no ano passado, com um aumento das exportações em 25% e, das importações em 21%.
O elevado crescimento semestral contrastou com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que subiu apenas 1,3% no período, embora Zheng tenha considerado que os altos preços dos produtores e o excesso de investimentos possam levar a uma alta da inflação.
Após o anúncio dos dados, o Banco Mundial (BM) revisou para cima o crescimento da economia chinesa para 2006 e 2007. A previsão é de crescimento de até 10,1 e 9%, respectivamente, contra os 9,5 e 8,5% anteriores, segundo um comunicado da organização.
Muitos economistas concordam em que o Governo chinês deve adotar duas medidas urgentes: aumentar as taxas de juros e permitir uma margem maior de oscilação do iuane em relação ao dólar.
No entanto, Zheng advertiu que Pequim não decidiu ainda se aumentará ou não as taxas de juros no terceiro trimestre, já que está esperando os efeitos das últimas medidas monetárias de contenção, adotadas em abril e em maio.
"As políticas macroeconômicas estão mostrando seus efeitos passo a passo, mas necessitamos continuar observando o mercado antes de lançar novas decisões", disse.
Sobre a valorização do iuane, o porta-voz disse que "a reforma do mecanismo de intercâmbio foi um sucesso". Segundo Zheng, o câmbio agora "é mais flexível, com altas e baixas em relação ao dólar". Ele advertiu, entretanto, que não haverá "mais surpresas" a curto prazo.
Mais uma vez, os últimos dados não respondem às expectativas dos economistas chineses, que confiam em mudar o atual modelo desenvolvimentista, centrado na produção industrial e na exportação, e transformá-lo em um similar ao ocidental, mais baseado no consumo interno, aproveitando melhor o enorme mercado chinês.
As vendas no varejo chegaram a 3,6 trilhões de iuanes (US$ 450 bilhões), um aumento de 13,3% em relação ao ano passado, muito inferior ao registrado nos outros indicadores.
A China, que cresceu 9,9% no ano passado, já é a quarta economia do mundo. Recentemente, ultrapassou o Reino Unido por uma margem estreita, embora ainda esteja atrás de Estados Unidos, Japão e Alemanha, segundo os últimos números do Banco Mundial. |
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Fonte: Uol - Economia |
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