|
|
05/10/2007 |
|
|
A volta do computador burro |
|
|
Os terminais sem poder de processamento começam a roubar espaço dos PCs como uma alternativa de baixo custo - e ecologicamente correta - para as empresas. |
|
|
|
|
|
Os terminais sem poder de processamento começam a roubar espaço dos PCs como uma alternativa de baixo custo - e ecologicamente correta - para as empresas. Em meio ao mar de computadores usados pelos funcionários da Atento, uma das maiores operadoras de centrais de atendimento do país, algumas máquinas destoam do restante - seus monitores são convencionais, mas no lugar das grandes e barulhentas torres de processamento há somente uma caixinha fina, com pouco mais de um palmo de altura. Trata-se de um tipo de produto conhecido como thin client - numa tradução literal, cliente magro. São terminais enxutos, desprovidos de quase toda a parafernália que faz um PC ser um PC, como processador local e disco rígido. Ainda assim, executam as mesmas tarefas que os equipamentos tradicionais. A diferença é que essas máquinas estão conectadas a grandes computadores centrais, os servidores, que rodam os softwares e armazenam os arquivos de todos os usuários. Um único servidor pode garantir o funcionamento de dezenas ou até centenas desses terminais. Hoje, a Atento tem cerca de 1 000 equipamentos Sun Ray, fabricados pela americana Sun Microsystems. Ainda é pouco para um parque de 22 500 máquinas, mas, dentro de três anos, a expectativa é que metade dos computadores seja substituída. Assim como a Atento, um número crescente de empresas começa a olhar para essa alternativa aos PCs convencionais. A base instalada desses equipamentos ainda é pequena, mas está em franca expansão. Em todo o mundo, as vendas devem mais do que dobrar até 2012, para algo como 7,2 milhões de unidades. Em uma década, pode chegar a um quarto do parque instalado nas companhias, segundo a consultoria IDC. O movimento é puxado pela adesão de algumas empresas grandes, como a FedEx, que conta com mais de 4 000 terminais. Em julho, a HP - tradicional fornecedora de PCs - pagou 214 milhões de dólares pela fabricante de thin clients Neoware, evidenciando o crescente interesse por esse mercado. Não há dados precisos sobre o Brasil, mas Reinaldo Sakis, analista sênior da IDC, acredita que algo próximo a 150 000 equipamentos tenham sido comercializados no país em 2006 - um número ainda muito modesto em relação aos mais de 7 milhões de PCs vendidos no mesmo período. O conceito por trás do thin client não tem nada de revolucionário. Ao contrário: a idéia de usar máquinas com pouca ou nenhuma capacidade de processamento na ponta é anterior ao surgimento dos computadores pessoais e era amplamente adotada até que a dobradinha Microsoft-Intel tornou os PCs onipresentes. À época, designava-se esse tipo de equipamento pela pouco lisonjeira alcunha de "terminal burro", em contraposição aos equipamentos "inteligentes", que seriam aqueles com capacidade computacional. Hoje, embrulhado sob um nome mais elegante, esse tipo de produto volta a ter apelo. Mas não se trata de apenas um novo verniz de marketing para uma velha oferta. Nos últimos anos, ocorreram avanços tecnológicos que tornam mais eficiente a prática de centralizar o processamento em alguns poucos computadores de grande porte. O principal é a evolução das redes de acesso - a ligação entre os terminais e os servidores tem de ser confiável, veloz e barata. A própria internet torna a aceitação cultural desse tipo de tecnologia mais fácil. Quando alguém acessa um serviço de webmail, como Gmail ou Hotmail, está usando um software instalado em alguma máquina bem longe de seu PC. Com os thin clients, acontece algo parecido. O advento da tecnologia de virtualização é outro ponto que favorece a disseminação dos computadores burros. O nome pomposo é empregado para designar programas que conseguem fazer com que um servidor rode diversos ambientes computacionais diferentes ao mesmo tempo. As companhias que oferecem esse tipo de tecnologia, como a Citrix e a VMware, são consideradas estrelas ascendentes na constelação de TI. Esses novos recursos tornam a experiência de usar um terminal sem processamento cada vez mais semelhante com a de quem usa |
|
|
|
|
|
Fonte: Info Online |
|
|
|
|
|
|